sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Eu, poeta




Eu, poeta
lucelena maia

O amor que habita meu interior,
Fatigante, se expele.
Transgride, sorrateiro,
Ao se alojar
Na inspiração de uma sonhadora que,
Inclinada a dar vida ao inesperado,
Faz melodias dos suspiros,
Compõe versos declamados.
Como se poetar
Fosse aventurar o afeto,
A amizade, a ternura,
A estima e o bem-querer,
O fascínio e a atração.
Mas tão perfeito não poderia ser.
Como poeta, vacilei...
O amor das minhas linhas
É o mesmo que me inspira,
E esse amor não faz sentido;
Sendo dono dos meus sonhos,
É, também, só um escrito.
Eu, poeta,
Sofro e choro a minha sorte,
Sem entender a inverdade
Que circunda o meu viver.

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