segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Quem sabe...


imagem do google

Quem sabe...
lucelena maia

Quem sabe, se o orvalho que amanhece
Nos galhos dos meus ciprestes
Beijasse os lábios da terra seca
E lhe umedecesse o rosto agreste;


Quem sabe, se o sol que desponta dourado,
Como um chafariz, a jorrar vida,
Por suas gotas de alimento farto,
Saciasse a sede dos desejos mudos;


Quem sabe, se o sereno fosse, para a flor,
O início do afago, em fino trato,
E, no canteiro florido do amor,
Eu, um cipreste, a ornamentá-lo.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Aconteceu, mais ou menos, assim...







Eu saí de Uberlândia/MG em janeiro de 2007, há exatamente dois anos, e foi impossível despedir-me da cidade sem escrever a experiência dos dezoito anos ali vividos.


Hoje, recordo o Triângulo Mineiro relendo o texto que escrevi e postando-o para você também o ler.

Aconteceu, mais ou menos, assim...
lucelena maia

Curiosos olhos ora na estrada ora na vegetação se perdiam.
Da janela do carro descobrindo tudo que se me apresentava, eu seguia...
Era fevereiro de 1989
O balanço de árvores não muito altas e de galhos retorcidos eu admirava.
O corpo sacolejava, na estrada esburacada e perigosa, misturando meus sentimentos.
Da janela do carro meus olhos se voltavam para dentro
Em meu interior percorria um trem barulhento, carregando consigo um baú de pensamentos.
O cerrado vislumbrado por meus olhos hipnotizava-me com seus buritis bem verdes.
De repente, plantação rastejante e um ipê amarelo logo à frente.
No carro, silêncio, apreensão e sonho crescente
Prosseguir era preciso...
Para São Paulo eu devia boa parte de meu enredo
Em Minas, continuaria a escrevê-lo.
No portal do cerrado eu desembarcaria cheia de expectativa,
Em Uberlândia viveria dezoito anos de boas amizades e grandes feitos.
Tornar-me-ia escritora e poeta, como o pôr-do-sol em tarde amena,
Que se deita dourado e nos leva a sonhos.
Assim aconteceu comigo...
Desabrochei do umbigo,
Falei com alma em cada linha de meus escritos
Ingressei ao IAT - por convite da escritora Martha Pannunzio
A quem eu reverencio agradecida.
Augusta, nossa sintonia foi como o frescor da chuva amenizando o verão. Amizade que jamais correrá na contramão.
Liberace, simpatia é teu nome. Guerreira mulher. Admiro sua entrega e dedicação.
Janine, aos poucos eu fui conhecendo... Bom trabalho juntas desenvolvemos.
Vecy, Ferreira, Elza, Zé Carlos, Bilá, Creusa, Adriana, Nininha Rocha, Érica Montero e tantos outros escreveram seus nomes em meu pequeno mundo, que tronou-se grande em aprendizado e, em felicidade, profundo.
Aos amigos e patrocinadores da cultura, terna gratidão...
Nathan, amigo virtual que se tornou real. Poetaço, jamais, desfeitos serão nossos laços.
Para Antonio Augusto deixo a extensão de meus braços.
Agradecida, sou, ao Professor Valdemar Firmino pelo belo presente, a mim, oferecido;
sento-me hoje na cadeira XXXIX da Academia Leonística Mineira e Brasiliense de Letras,
Para meu orgulho e deleite, Guimarães Rosa é o patrono.
Uberlândia,
Deixo meu nome escrito nos jornais, no IEFOM, no IAT, na ALMBL e na lembrança dos anos aqui vividos...
Carrego comigo além dos amigos, bons anos colhidos e a expressão UAI
Que conservarei nos lábios com a mesma naturalidade com que pronuncio a palavra pai...

Volto para minha terra natal, São Paulo,
Mas num demora retorno em visita,
Haja vista escrevo um romance que se passa na região.
É claro, o lançamento, aqui, faço questão...

Fica desde já registrado meu agradecimento a esta terra abençoada,
A todos que um dia cruzaram meu caminho.

Era árvore que faltava para me completar? Em Uberlândia plantei.
Era filho? Felipe tem quatorze anos e é lindo...
Faltava escrever um livro? Aqui aconteceu... Um Alvo Calculado e Sombras de Uma Profecia ganharam o mundo,
Assim... Como eu.


lucelena maia
escritora e poeta
jan/2007
Uberlândia/MG

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Caminho


Ofereço "Caminho" a todos que acompanham esse blog. Um poema de bons fluídos para 2009, só depende de nós...




imagem do google
Caminho!
lucelena maia

Que no caminho eu me perca descalça,
De caminhar, eu me vergue cansada...
Sem fala, silencie a carência da alma,
Do silêncio no peito, eu resgate a oração
Desfaça-me em voz, dizendo à sorte:
- Desconheço acaso ou predestinação.
Caio, levanto e sigo;
Ganho, perco e digo:
- A vida oferece a estrada,
mas as pegadas sou eu...

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

poetrix




O Poetrix é um poema composto de título e uma estrofe de três versos (terceto) com um máximo de trinta sílabas métricas .

Eu, Teca, Prenda e Sandra(amigas poetas) resolvemos brincar com nossos poetrix, dando sentido a eles quando ligados um ao outro.

A esse tipo de criação é dado o nome de duplix ou triplix, dependendo do número de poetas.





Be-a-bá / Partitura / Notas

Prateleira sem livros / vida sem música / Notas falsas/
desconhece letrados amigos / fica vazio o coração / sairam da pauta/
e fiéis companheiros / sem companhia / sem nada tocar.

Lucelena Maia // TecaMiranda // Olga Matos



Be-a-bá / so letra ando / O português

Prateleira sem livros / Cobertas de poeira / causa alergia
desconhece letrados amigos / ignorando a cultura / sobrevive da esperança
e fiéis companheiros. / do dia-a-dia / tentando entender

lucelena maia // Sandra Mamede // TecaMiranda