segunda-feira, 23 de março de 2009

Revista Atua







Leia a revista ATUA, março 2009, pelo website: www.revistaatua.com.br
Na página 78, opinião, você encontrará o meu texto;
"Simplesmente mulheres..."




Simplesmente mulheres...

Aproveito o mês de março em que se comemora o “Dia Internacional da Mulher” para abordar esse tema, cujo título do texto vem de um poema, em que digo:
“De qual espécie é você mulher? Dona de tantas habilidades... Às vezes, um cãozinho amigo, outras, uma onça selvagem, teimando em não esmorecer diante dos afazeres casa, criança, trabalho, marido, supermercado, jantar, cantiga de ninar, televisão, internet, noticiário, roupas para arrumar no armário, assuntos a serem resolvidos, outros tantos deixados de lado, alguns até esquecidos. Não o marido; com ele, você se refaz do cansaço, troca carícias, diálogo, cumplicidade e forças para continuar, já que é dona de singular sentimento. E esse provento, só você sabe espalhar, porque, além de mulher, é anjo na terra dos homens que nasceram do seu ventre e, do seu corpo, receberam coração...”
O poema não termina aí, fala de consternado olhar sobre a atitude humana, muitas vezes, desumana.
E este é o objetivo do texto, dizer que o “Dia Internacional da Mulher” não é um tributo à beleza ou a maternidade, que isso é obra da genética. O “Dia” é bem-vindo para enfatizar as injustiças praticadas a mulher, para lembrar às mulheres o quanto tantas outras tiveram de lutar, morrer, simplesmente para que, hoje, pudéssemos galgar a posição na vida que sempre deveria ter sido nossa. Mas, há ressalvas. A sociedade ainda discrimina a mulher com salários baixos, violência masculina, jornada excessiva de trabalho, desvantagens na carreira profissional etc.
Esforçamo-nos diariamente para conciliar a vida profissional com a vida familiar porque fomos, por obra de Deus, presenteadas com a gestação, o parto e a amamentação. Onde está o sexo frágil?
O “Dia Internacional da Mulher” precisa perder o sentido de existir. Foi importante em muitos momentos? Claro que sim. Mas depois de tantas conferências, debates e reuniões pelo mundo para discutir o assunto é possível que homem e mulher possam riscar do calendário esse 08 de março anual, usado para disseminar a divisão desnecessária e imbecil entre homens e mulheres, numa disputa incessante pela desigualdade.
Se, a nós foi dado o dom da gestação e do parto, ao homem foi dada força muscular. De uma forma ou de outra somos igualmente fortes, pois, inteligência, determinação e responsabilidade são dispensáveis de serem mencionados.
Por fim, como a data é lembrada no mundo todo, negligenciá-la perderia o sentido para o que escrevo, por isso, penitencio-me desejando a você, mulher, que lê esse texto, felicidades nesse mês de março.

Lucelena Maia