quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Travessia









Travessia
lucelena maia

Os livros que eu li
os folheio
em pensamento
vivenciando-os
na travessia
entre o fictício
e a realidade

Na prateleira eles repousam,
também a minha história
inacabada,
repleta de ruídos,
a espantar o silêncio
que o encanto causa.

Os olhos enfeitiçados,
da direita para a esquerda,
levemente valsam
na cadência da história,
a algemar a memória,
a cada página.

Folhas volitam
sem que os dedos
sejam notados,
deslocando-as
para o outro lado,
enquanto a mão direita
se deita na página,
a acariciar as personagens.

Há dias em que
a travessia
é uma ponte suspensa;
a ficção arrebata
o que a realidade dispensa.

A caminho da 21ª Bienal do Livro de São Paulo







Be-a-bá
Prateleira sem livros
desconhece letrados amigos
e fiéis companheiros.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010