sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Das minhas saudades




Das minhas saudades

lucelena maia


Sinto minha alma buscar, em devaneio,
Na soleira do tempo, a fazenda e a casa.
Do alpendre, resgato o olhar na estrada,
E as vezes que desejei nunca partir
Daquela infância regada de simplicidade,
Do mundo de céu azul e cristalino riacho,
Da lua cheia, invadindo o pequeno quarto,
Do uivo feroz, penetrando o ouvido,
(Era do lobisomem, meio gente, meio folclore)
Da chaminé, que anunciava a hora do café,
Da cozinheira na luta, barriga molhada,
Do fogão a lenha, em plena atividade,
E da família indo, outra vez, para a lida...
Sobre a toalha xadrez, migalhas de pão
E farelos das boas risadas trocadas...


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