sábado, 9 de maio de 2009

O que se pretende preservar?



O que se pretende preservar?

Lucelena Maia – escritora e poeta

Analisando com cuidado os relacionamentos, percebe-se que se esfacelam com o tempo.
Na forma figurativa, por exposição exagerada ao sol, porque a madrugada é fria, pelo indiferente lusco-fusco do entardecer. Na verdade e talvez, por serem secundários perante as tantas prioridades que a vida impõe no dia-a-dia e, ainda, recordando a aurora da vida, porque os sonhos eram muitos e as mazelas desconhecidas, a cautela apenas um adereço sem importância.
Quem sabe, se esfacelem pelo excesso de respeito a individualidade de cada um!
DNA é único e intransferível. É prova absoluta de independência do ser humano em relação ao outro, exceto com pai e mãe, o que não os favorece para o bom relacionamento com seu filho, é preciso conviver para fertilizar amor e aguardar que os anos digam do caráter.
A palavra complexidade tem dono; o homem, independente de classe social, raça ou instrução escolar.
Apesar das confusões interiores que permeiam o ser humano, em certo momento da vida tudo fica claro e simples, nem sempre fácil, mas oportuno para reconhecer o que se perdeu por ser rude e o que ainda pode-se reconquistar num relacionamento.
Pessoas despretensiosas têm maior facilidade para enxergar o azul do céu, onde estrelas brilham e a lua se mostra linda e livre, em qualquer fase.
Pessoas despojadas são capazes de opinar sobre uma obra de arte, exporem-se, ao mesmo tempo ouvir com disponibilidade de aprendizado o que diz o crítico.
Pessoa desprevenida facilmente é levada a acreditar naquilo que lhe sopram ao ouvido, mergulhando num mundo imaginário em que reina absoluto o propósito alheio.
Nada a preservar quando a intenção interior é ferir. Esquecidas, impróprias e inúteis tornam-se as palavras respeito e diálogo. No entanto todo ato pode ser revisto, desde que desfeitas as malícias, as intenções duvidosas, desde que as mãos estejam limpas pelas águas cristalinas do coração e nulos sejam os mecanismos de oportunismo.
Tornar-se uma pessoa melhor é observar mais a si do que ao outro, cuidar de revisar os momentos da vida vividos, e ponderar; como tenho alimentado meus sentimentos!
A cada um é dado o direito de expiar os seus atos.
Há tempo de plantar e tempo de colher!

Lucelena Maia
São João da Boa Vista/SP
09/05/2009

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