terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Sombras de uma profecia


Pequeno trecho do livro "Sombras de uma profecia" de Lucelena

(pág.200)
A porta foi aberta. Victor surgiu com o semblante pesado, como se a empresa repousasse sobre seus ombros. Passava das vinte horas. Deu um rápido beijo no rosto de Carolina e, em seguida, retirou-se para o banho, deixando apenas os poemas de amor de Fernando Pessoa, pairando no ar.

"O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar pr'a ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente...
Cala: parece esquecer...

Ah, mas se ela advinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pr'a saber que a estão a amar!"

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