terça-feira, 5 de janeiro de 2010

2010

Texto para
Revista Atua - dez/2009
São João da Boa Vista

2010

Quando o ano de 2008 se despedia, eu me perguntava: 2009 como viveremos? Estávamos em meio a uma crise mundial, provocada pelo setor imobiliário dos Estados Unidos com proporções inimagináveis de alcance.
Embora o Brasil continue sofrendo efeitos da crise financeira e econômica internacional, conseguiu retomar a rota do crescimento.
O ano de 2009 despede-se como o ano em que o Brasil tornou-se o primeiro país latino-americano e um dos primeiros, entre todos os países, a vencer a recessão.
Espero que o ano de 2010 chegue trazendo abundância de vigor e energia; luz e alegria, também esperança e amor.
Na verdade, eu desejo que os países do mundo abracem o ano novo sem tantas promessas, definindo uma parcela maior de responsabilidade com o meio ambiente e que o G20 financie as medidas de mitigação e adaptação à mudança climática - um dos pontos cruciais da 15ª Conferência do Clima das Nações Unidas, em Copenhague, no mês de dezembro – bem como estabeleçam novo acordo para substituir o de Kyoto e, ainda, que muitos especialistas afirmem como irreversível o impacto do efeito estufa, para que o empenho seja reduzir as emissões de poluentes, o que, até o momento, não passou de declaração de intenções dos países envolvidos.
Estamos comemorando o Natal e, em breve, sem nos darmos conta, Papai Noel perderá sua morada. O Polo Norte está degelando!
Como poderemos contar aos nossos filhos, netos e bisnetos sobre o Polo Norte, a lúdica história da residência oficial de Papai Noel, aonde as cartinhas escritas pelas crianças chegam ao “bom velhinho” que, com seus ajudantes, prepara os brinquedos e, na noite de Natal, sai em seu trenó lotado, puxado pelas renas, em direção à casa de cada um que pediu brinquedo?
Nós estamos mudando essa história. Em poucos anos, não poderemos falar em Papai Noel e Polo Norte com as crianças. O sonho terá dado lugar à cruel realidade do homem.
O pensamento é uma poderosa arma, nele estão as nossas verdades, as nossas crenças, nossas angústias, nossas buscas, nossos castigos, as glórias, desejos e infinitos olhares para a vida, e também os sonhos que começam em nossa infância, quando acreditamos fielmente nas clássicas histórias infantis, em Papai Noel, no Coelho da Páscoa etc.
Mas essa fantasiosa realidade parece estar com os dias contados pelo aquecimento global e o derretimento das geleiras.
Papai Noel sem o Polo Norte, sem seu trenó puxado por renas, você consegue imaginar?
Parece inoportuno falar de conscientização climática numa época festiva em que tudo o que se pretende é confraternizar e esquecer os problemas, mas não dá para esperar mais tempo, é preciso nos corrigir e reparar nossos erros. O trabalho é grande e ainda que pareça de responsabilidade dos dirigentes dos países, eles nada conseguirão se nós não quisermos ajudar. Cada um precisa fazer a sua parte!

Que todos nós tenhamos Boas Festas e que Papai Noel não seja despejado do Polo Norte por descaso nosso.

Lucelena Maia
Acadêmica – cadeira nº13 da ALSJBV
Escritora e poeta

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