quinta-feira, 18 de junho de 2009

Bóias-frias


"Labuta" - José Marcondes


Bóias-frias
lucelena maia

Mãos calejadas repousam na enxada,
Suor de bóia-fria é desolação...
Olhos humildes, perdidos na estrada,
Amanhecidos nas ruas da plantação.

Alimentam-se de solidão, dificuldade,
E da marmita que viu o dia nascer;
Banham seus corpos no sol da tarde,
Laboram searas, sem esmorecer.

Adubam, plantam, colhem poeira,
Comandam a vida ensacando grão;
Da boléia do caminhão, recebem areia,
Que lhes cobre a já cansada visão.

Onde houver terra e trabalho
Haverá música instrumental de peão.
A esse trabalhador humilde e dedicado,
Só o solo poderá garantir-lhe o pão.

( do livro de poemas - Põe-te de pé, poeta!)

PS:
Sobrevivência
Décima Quarta Individual de José Marcondes
de 19 de junho a 19 de julho - 2009
Papyrus Livraria
Rua Getúlio Vargas, 307 - S.J.Boa Vista/SP

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