segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
Tons e sons...
Tons e sons...
lucelena maia
Com acentuados olhos, a natureza
observa a ação do homem,
seu desprezo e sua rudeza,
a pequenez e a selvageria,
o descaso, dia após dia
a usá-la com total frieza.
Também o ar sofre esse fastio
e desdenhosa indiferença
com poluentes impenitentes
fazendo do pulmão da vida
uma doença incombatente
tal qual ao homem suicida.
O meio ambiente com avarias
devolve à terra devastação,
infortúnio, driblando a sorte,
lágrimas salpicando palidez,
seca e fome chamando a morte -
enchentes bebendo muitos de uma só vez.
É preciso reverter o que vai longe
arregaçar as mangas, ter interesse
cuidar com zelo das nossas cidades
ouvir atentos o choro da natureza
ter-lhe respeito e boa vontade
mostrar-lhe generosidade e nobreza...
...Para que um dia, na alvorada do entardecer
quando o pôr do sol refletir belezas
reconhecidos nela e na sua essência -
floresta, lago, rio e montanhas
ou árvore no concreto - por experiência,
possa o homem estar em suas entranhas.
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