imagem obtida no google
Pagu, sem disfarces...
Patrícia Rehder Galvão é de São João, de Santos, do mundo...
Dizem do jeito colorido e ao mesmo tempo dramático com que viveu essa jornalista, musa da 3ª geração do Modernismo Brasileiro, política militante, dissidente política, romancista, desenhista e poetisa. Talvez porque Pagu tenha sido, de fato, sem disfarces...
Em 2010, comemora-se 100 anos de seu nascimento. Textos e imagens suas têm estado presentes em exposições, peças de teatro, cinemas, debates, palestras pelo Brasil e exterior, com a mesma facilidade com que ela - Pagu - se fazia lembrada em vida.
Examinamos hoje, com orgulho, a intensa cronologia de Patrícia Galvão, seu jeito único de interpretar a vida, mas nem sempre foi assim. Considerada fora dos padrões da época, era extravagante por fumar na rua, usar blusas transparentes, manter cabelos bem cortados e eriçados, além de dizer palavrões.
Como militante comunista, tornou-se a primeira mulher presa no Brasil.
Ela disse: “Sonhe. Tenha pesadelos, se necessário for. Mas sonhe.”
Mais de uma vez, Patrícia Galvão foi pássaro encarcerado antes de se fazer fênix a pousar sua loquacidade em jornais, livros, traduções para o teatro e outros trabalhos literários.
Pagu, mulher corajosa, mostrou-se amolgada quando tentou suicídio, talvez buscando a verdadeira liberdade que não encontrava na travessia fascinante e natural de sua vida.
52 anos vividos com a intensidade de quem jamais conseguiria habitar a simplória vida dos comuns. Foi intuitiva, abarcadora, efusão e segredo ao mesmo tempo. Uma mulher em constante efervescência sentimental que se mantém moderna, mesmo sendo ela do século passado.
São João da Boa Vista faz parte de sua história. Ela nasceu aqui, ainda que tenha vivido boa parte em Santos e em São Paulo.
E, para finalizar, há que se registrar o que disse o ator e autor Plínio Marcos sobre Pagu: “Patrícia era um anjo anárquico que veio para nos inquietar”.
lucelena maia
São João da Boa Vista
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