domingo, 27 de junho de 2010

Este é o meu caminho


Foto: estação de trem de S.João da Boa Vista

Este é o meu caminho


Por entre rios, ribanceiras,
Por entre florestas, campinas,
Num casebre, sou moleque descalço;
No palácio, chique rainha.
Por entre sonhos desabitados,
Finco-me à realidade, semente.
Por entre pedregulhos e chão quente,
Sou andarilho, sem medo do que virá à frente.
Sigo o meu caminho, acompanhada de momentos...
Na bagagem, levo doce saudade,
Por onde passo, deixo leves pegadas.
E sigo...
Banhada por tantas fragrâncias,
Perto ou distante da felicidade.
Como pássaro, fujo em debandada...
Depois, retorno à estrada,
Às vezes, com a alma esfolada,
Sem ter conseguido evitar os tropeços.
Este é o meu caminho...
Por entre curvas, atalhos, fins e recomeço.

2 comentários:

Clóvis Campêlo disse...

O poeta observa, constata e cria seus versos a partir da realidade nem sempre favorável.
Tudo pode favorecer o poema quando o poeta não teme a realidade.

Angélica Teresa Almstadter disse...

Belíssima foto e belíssimo poema.
A foto parece uma pintura e o poema tem cheiro de pés descalços, fazenda, poeira de estrada e de muita vida! bjão