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Travessia
lucelena maia
Os livros que eu li,
os folheio, ainda hoje,
em pensamento,
vivenciando-os
na travessia
entre o fictício
e a realidade.
Na prateleira repousam,
também, a minha história,
inacabada,
repleta de ruídos,
a espantar o silêncio
que o encanto causa.
Os olhos enfeitiçados,
da direita para a esquerda,
levemente valsam
na cadência da história
a algemar a memória
a cada página.
Folhas volitam
sem que os dedos
sejam notados,
deslocando-as
para o outro lado,
enquanto a mão direita
se deita na página
a acariciar as personagens.
Há dias em que
a travessia
é uma ponte suspensa;
a ficção arrebata
o que a realidade dispensa.
São João da Boa Vista/SP
26/08/2009
lucelena maia
Os livros que eu li,
os folheio, ainda hoje,
em pensamento,
vivenciando-os
na travessia
entre o fictício
e a realidade.
Na prateleira repousam,
também, a minha história,
inacabada,
repleta de ruídos,
a espantar o silêncio
que o encanto causa.
Os olhos enfeitiçados,
da direita para a esquerda,
levemente valsam
na cadência da história
a algemar a memória
a cada página.
Folhas volitam
sem que os dedos
sejam notados,
deslocando-as
para o outro lado,
enquanto a mão direita
se deita na página
a acariciar as personagens.
Há dias em que
a travessia
é uma ponte suspensa;
a ficção arrebata
o que a realidade dispensa.
São João da Boa Vista/SP
26/08/2009